Cada olhar me remete a um tumulto que brota do embate entre o que foi e o que está sendo. Onde todas as distâncias se parecem menores agora e a possibilidade de viver uma nova história em uma velha cidade urge numa virada de esquina. Lembro dos tempos em que tudo parecia muito grande e distante assim como minhas memórias daqueles dias. Agora, a beleza dessa cidade se apresenta marcada pela conversa entre morros e prédios, no encontro do asfalto e meus pensamentos; na mistura esquizofrênica de minhas lembranças vivas com as construções da minha imaginação. O presente é tomado de assalto pela irrefutável força de transformação do tempo - o prédio grudado na praça está fadado ao apodrecimento e a escola perto da igreja foi pintada. Aquilo que foi vivido se mostra, nesse exato momento, como um sonho ou um livro incorporado. Algo que nunca me aconteceu.Mas as minhas palavras são provas do que vivi e do que estou vivendo. Minhas idéias são produto de pensamentos que sacodem meu mundo. Falar, é agir e pensar simultaneamente. É criar. Criar um mundo sobre nossos braços, onde milhares de velhos sonhos são aquecidos dia após dia sobre o calor de nossas vontades e desejos. Busco um sentido nas estações e acho padrões em grandes pensamentos.Cada olhar, uma imagem; a representação de um relato fragmentado, habitado cada dia mais por esquecimentos do que por lembranças. Cada relance é insubstituível. Manufaturamos realidades e recordamos o perdido em fotografias, na separação do tempo vivido.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
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